01/10/2024 às 08h01
Redação
Campo Grande / MS
Esta semana, ouvi na academia um professor explicando a uma mãe: é um campeonato mas todos vão ganhar medalhas... E ela sorria!!! Como é que é? Quem perde ganha?! É isso mesmo? Lembrou-me até discursos estranhos e famosos... E ela acha isso bom, ao menos pela cara que fez...
Uma vez assisti a uma palestra de um professor de direito famoso e já falecido. Embora fosse um grande orador, ao contrário de outras personalidades que demonstraram suprema mediocridade ao falar, ele defendeu posições muito ruins, mas o que foi mais assustador foi ter ouvido , pela primeira vez, a historinha do tal do Ubuntu: fiquei horrorizado:
– Um senhor, vendo crianças brincarem, chamou-as, mostrou uma cesta cheia de doces e disse – Vamos fazer uma corrida, o primeiro a chegar fica com a cesta. Ele organizou e, então deu a largada. As crianças deram as mãos e correram devagar e juntas até a chegada, para que todas ganhassem a cesta... O senhor (decepcionado com razão, digo eu) teria indagado o porquê de fazerem aquilo. As crianças responderam: “Ubuntu, tio”.
Mas que coisa mais ridícula aquilo... Ubuntu é, então, o culto à mediocridade! Vejam, quem vencesse poderia dividir a cesta com todo mundo se quisesse e teria participado de uma competição de verdade, voltada para o homem alcançar o seu melhor. Mas optaram por não buscarem o seu melhor.
Mas eu tivera uma prévia daquele horror. Numa noite em que voltava de madrugada para casa, vi à venda num posto de gasolina um livro que também celebrava a mediocridade: “Brincadeiras não competitivas para crianças”. É claro que pode haver brincadeiras sem competição que sejam até divertidas, mas fazer um livro voltado a isso mostra uma vontade deliberada de rejeitar a competitividade. Que seria do futebol sem o gol, do basquete sem a cesta e da Sociedade sem a evolução e a excelência que é o que se consegue com a competição? E se a competição não fosse da essência humana: por que os times teriam tantos torcedores?
Quando passava alguém com medalhas no pescoço, eu pensava: “nossa, ganhou algo...”. O observado estufava o peito por ter conseguido seu objetivo. O pai e mãe dele, se estavam do lado, sorriam de orgulho da vitória que o filho teve... E agora? Agora eu não sei se ele ganhou, há dezenas, centenas com medalhas no pescoço e os pais não sorriem por verem um filho campeão ou prata ou bronze. Contentam-se com migalhas agora feitas de lata e penduradas no pescoço. Aonde acham que esse tipo de estímulo às avessas pode levar alguém? Acham que se contentando em fazer o mínimo, com pouco, sem obstinação e sem foco pra evoluir eles chegarão a algum lugar? Já igualam até o belo e o feio como vemos desde o século XX. Agora querem mediocrizar o esporte. Pelo menos a Nike repudiou isso, abandonando todo o woke e politicamente correto e teve a coragem de fazer um comercial valorizando a competitividade e a vitória ( < https://www.youtube.com/watch?v=pk1wU7382co ).
Quando eu vejo essa promessa de medalhas sem mérito e o orgulho de usá-las sem ter vencido, eu entendo o porquê de certas ideologias ainda serem defendidas, apesar de seu fracasso mais que centenário. A preguiça e a inveja substituíram os maiores valores e virtudes: a “justiça” que eles defendem, a tal da Social, é novo nome para um misto de pelo menos dois pecados capitais... Sowell já nos avisou disso.
E sempre que ouço a palavra “Ubuntu”, tenho vontade de fazer a rima que rebaixaria esta crônica ao mesmo nível dos não competitivos...
Se és capaz de encarar a Derrota e a Vitória
como matrizes que são, do Olvido e da Glória.
Millôr Fernandes
* O autor é cronista fictício e está sempre competindo: até contra si mesmo
FONTE: Rubem Sabino Machado
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